Tasmanian TigerTambém conhecido como thylacine, esse animal não tem muito a ver com o diabo da Tasmânia, exceto o fato de ser originário do mesmo lugar e também ser um marsupial carnívoro. Mas ele tem menos ainda a ver com tigres, ou com qualquer outro felino. Na aparência e tamanho, ele é similar a um lobo, mas as listras na parte de trás do corpo acabaram dando origem ao nome de "tigre". Outra característica peculiar é que a boca tem uma abertura enorme, muito maior do que o esperado para um animal daquele tamanho.

Nas últimas semanas, tigres da Tasmânia tem sido muito mencionados nos noticiários, por motivos interessantes. Acredita-se que a espécie esteja extinta desde 1936, quando o último exemplar morreu no zoológico de Hobart, mas desde então inúmeras pessoas reportaram encontros com animais que poderiam ser tigres da Tasmânia, tanto na Tasmânia quanto em Victoria (a Tasmânia é uma ilha, o que faz com a que a fauna de lá seja ainda mais isolada do mundo do que a do resto da Austrália; a chance dessa espécie existir "in natura" fora da Tasmânia é quase nula) e, em um caso, na Inglaterra. Mês passado, em particular, um turista alemão disse haver encontrado um tigre da Tasmânia em uma área isolada da ilha e haver tirado fotos dele; ele mostrou as fotos para funcionários de um museu, os quais concordaram que o animal pode realmente ser o que parece, mas ele se recusou a deixá-las com eles (e depois disso parece ter sumido da face da Terra). Antes disso, há alguns meses, foi descoberto um filme colorido de um dos últimos animais, feito em um zoológico; são as únicas imagens coloridas do animal em existência (fora, talvez, as fotos do alemão).

Os motivos da extinção foram relativamente simples e previsíveis: na Austrália (fora da Tasmânia) ele sumiu há cerca de 1000 anos (acredita-se), por causa de competição com os dingos, que foram introduzidos há uns 5000 anos por navegadores asiáticos (dingo é um tipo de cão selvagem). Na Tasmânia, onde não há dingos, ele foi caçado principalmente por fazendeiros, uma vez que ele atacava gado e ovelhas. O último exemplar selvagem foi visto em 1932.

Desde a suposta extinção, nove grandes expedições foram montadas para procurar animais vivos, mas nenhum foi encontrado; no máximo, pegadas que podem ser dele foram vistas em vários lugares. Uma revista australiana (The Bulletin, mais ou menos a Veja daqui) está oferecendo uma recompensa de mais de um milhão de dólares para quem capturar um exemplar vivo da espécie até o final de junho; até o momento, ninguém parece ter se candidatado.

Já ocorreram casos de outros animais australianos que se supunha extintos e que foram encontrados, vivos e bem, então há uma certa esperança de que esse seja o caso novamente. Também há um projeto do Melbourne Museum para resgatar amostras de DNA e tentar gerar filhotes usando cães ou lobos como "mães de aluguel", mas parece ser um projeto que ainda vai demorar um pouco.