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Paris, parte 1

Alguns disclaimers: como tudo foi escrito depois da volta, mas baseado em anotações feitas enquanto eu estava lá, o tempo dos verbos pode oscilar entre passado e presente sem eu notar, e expressões como "lá" e "aqui" podem se referir a países diferentes em frases diferentes. Pelo mesmo motivo, às vezes alguns dados aos quais eu só tive acesso mais tarde aparecem fora da ordem cronológica; tentei evitar isto ao máximo, mas acontece. Também, como eu fui cansando com o passar dos dias, as últimas anotações estão menos detalhadas e podem resultar em descrições mais sucintas nos últimos dias. Como eu não falo francês, os nomes de alguns lugares e pessoas podem sair escritos errados ou com acentuação errada.

O roteiro seguido foi baseado em preferência pessoal, e não implica em nenhum julgamento do valor cultural dos lugares visitados ou não, especialmente porque era uma viagem de férias e não de estudo; algumas decisões do roteiro foram influenciadas por restrições financeiras ou de disponibilidade de tempo e disposição física. Não me escreva dizendo algo do tipo "como é que pudeste ir a Paris e não ir naquele bistrô da Rue Vendetta ?", ou coisa parecida; eu provavelmente passei na frente do lugar e ignorei. [Comentários fora do contexto escritos meses depois estão entre colchetes] Finalmente, "este é um trabalho de ficção, qualquer semelhança com personagens, fatos ou lugares reais é mera coincidência" :-)

Terça, 03.02.1998 - "I went to Paris in France..."

Bom, terça era o dia da grande viagem, o que quer dizer que era dia de arrumar malas e preparar tudo para ficar longe daqui por quase 10 dias. Dez dias não são um tempo que exige uma quantidade muito grande de roupas, mas devido às temperaturas que costumam fazer na França nesta época do ano (de -10 a 15 C), as roupas eram volumosas. Ainda assim, esta parte não foi particularmente complicada.

O aeroporto de Porto Alegre, por outro lado, estava uma bagunça. Havia uma excursão saindo com um monte de crianças, imagino que para a Disney. Qualquer agência de viagens que trabalha com excursões para crianças e adolescentes já notou que é muito mais fácil controlar (e não perder de vista) um grupo se todo o grupo estiver vestido de maneira similar e chamativa. Então, havia dezenas de crianças, adolescentes e mães vestidos com chamativas camisetas vermelhas andando pelo aeroporto.

Por ironia do destino, neste mesmo horário o time do Inter de Porto Alegre estava embarcando para Minas Gerais, onde iam jogar pela Copa do Brasil com o América (e, fiquei sabendo depois, iam perder por 1x0). O Christian, craque do time, estava lá, cercado de câmeras e, claro, de dezenas de jovens torcedores vestidos com chamativas camisetas vermelhas, na cor do Inter. Os guias da excursão deviam estar indo à loucura...

Eu acabei me salvando da bagunça e da fila para o check-in por conta da agência de viagem, que tinha um funcionário lá fazendo o check-in pelo balcão da primeira classe (não, minha passagem não era de primeira classe). Sobrou tempo para comprar um livro para ler no avião ("Traçando Paris", do Veríssimo; muito bom, foi bem útil mais tarde). E, para minha sorte, nem o Inter nem a turma da Disney estavam no meu avião; apesar disto, o vôo estava lotado, mas saiu na hora certinha.

Em São Paulo, o check-in separado se repetiu, e daí sobrou bastante tempo para andar pelo aeroporto, comprar umas revistas e ainda bater papo no telefone. Uma coisa da qual eu não me salvei foi a fila no embarque (aqui ainda não se adotou o método americano de embarque por número de fileira...), nem da sauna no avião enquanto se esperava a decolagem. Saímos um pouco atrasados, num avião também bastante cheio (como tem brasileiro indo para a Europa!), e preparados para um loongo vôo (11:10 de vôo).

Fato inusitado do dia: quase no final do vôo Poa-SP, aparentemente o piloto ou o co-piloto não se sentiu muito bem, e pediu para que a porta da cabine deles ficasse aberta, o que atraiu a atenção de todos os passageiros das primeiras filas, eu inclusive. Pelo que deu para ver, pousar um avião é um procedimento tão complicado quanto parece, sim...

Quarta, 04.02.1998 - "I've just come from the land of the sun..."

E foi um looongo vôo. O filme de bordo era "Contato", e consegui ficar acordado até o final, apesar de já ter visto antes. Depois até consegui dormir um pouquinho, mas as poltronas daqueles MD-11 da Varig não ajudam nem um pouco. Eu honestamente não consigo entender porque os aviões de vôos domésticos (por exemplo, Porto Alegre-São Paulo, que dura 1h20min) são mais confortáveis do que os que fazem longos vôos transatlânticos. Mas deixa para lá; na hora da chegada a excitação de estar chegando na França acaba tirando um pouco do cansaço, já que tudo pela frente é novo de novo, e se tem a expectativa de vários dias explorando a cidade.

Apesar do atraso na saída, chegamos em Paris na hora, por volta das 1:30 da tarde (lá são 3 horas a mais do que aqui, nesta época do ano). A temperatura na hora do pouso era de 1 grau, e estava fazendo um lindo dia de sol. A primeira surpresa foi logo na saída do avião, quando para ir para a área de imigração e bagagem se sobe no que parece ser uma escada rolante. Na verdade, era uma longa esteira rolante; nas partes inclinadas ela se inclinava junto, não formava degraus, o que atrapalha um pouco para manter o equilíbrio nos primeiros instantes... Dica: não pare perto de pessoas de idade.

Francês é uma língua para a qual se tem alguns estereótipos. Ou seja, qualquer coisa sendo dita em francês parece muito romântica ou muito filosófica, dependendo do tom de voz. Lógico que os franceses devem dizer as coisas mais ridículas possíveis em francês (não creio que eles mudem de língua na hora de falar bobagens), mas francês sendo uma língua "chique", a gente não pensa nisto. Assim, quando na chegada ao controle de passaportes a guarda apareceu e começou a chamar para uma fila a parte os portadores de passaportes franceses e suíços (sim, eu entendi o que ela disse!), qualquer pessoa mais desatenta poderia confundir aquilo com uma pequena dissertação sobre o fundo filosófico da pobreza no terceiro mundo...

Mas, deixando de falar bobagens... o controle de passaportes, para quem está acostumado a entrar nos EUA, foi no mínimo amadorístico. O guarda olhou a foto, folheou o passaporte para ver todos os vistos que tinha, e me devolveu. Nem sequer chegou a carimbar alguma coisa nele. E a primeira coisa que eu falei em francês foi justamente um "merci" para o guarda, que acabou soando mais como um "mercy" em inglês. Ou seja, preciso trabalhar um pouco na pronúncia...

O restante da trajetória no aeroporto foi tranqüila: coletar malas e reunir grupo no saguão (corta para explicação rápida da viagem: era um pacote, incluindo passagens e hospedagem; existia, portanto, um grupo, identificado por chamativas sacolas de mão azuis e amarelas, mas não era uma excursão porque não estaríamos sendo ciceroneados por guias em Paris; apesar disto, haviam alguns passeios opcionais que, estes sim, incluiam guias, mas precisavam ser comprados a parte; mais sobre isto nos próximos dias). Dali saímos para o ônibus que ia nos levar para o hotel.

O "saímos" implica ar livre, e foi ali que notamos o quanto 1 grau é frio para quem está vindo do verão. Pelo menos foi um trajeto curto, só cruzar a rua e entregar a bagagem para ser colocada embaixo do ônibus, mas já deu para sentir... Também foi o primeiro contato com o trânsito francês, já que tínhamos que cruzar a rua. Não foi uma boa primeira impressão: os motoristas não tem o hábito de parar para pedestres cruzando em faixas de segurança.

No ônibus, as boas notícias: o hotel onde íamos ficar, o Holiday-Inn St. Germain, não tinha lugar para todo mundo, então fomos "promovidos" para um hotel cinco estrelas, o Meridien Montparnasse, que fica mais ou menos na mesma área do outro. Bem, o caminho para o hotel foi meio sem graça do ponto de vista de locais turísticos (o único ponto conhecido que vi foi a igreja do Sacre Coeur (Sagrado Coração), que fica no alto de um monte e lembra vagamente o Taj Mahal). Ainda assim, era difícil saber para que lado do ônibus olhar, pois se passava por muitos lugares muito bonitos e aparentemente bem antigos. Também deu para prestar um pouco de atenção no trânsito, e acho que a palavra que melhor descreve ele é "irreverente". Se respeita a sinalização *aproximadamente*, mas todo mundo parece se dar muito bem com isto. Parece mais "descontraído" que no Brasil, também, e não é tão certinho quanto nos EUA. Mas, definitivamente, nunca tente atravessar a rua na frente de um carro. E outra coisa que deu para notar foi que cada área de grama que ficava num lugar com sombra estava coberta de gelo...

Chegamos no hotel um pouco depois das três da tarde, e fomos para os quartos (as chaves tinham sido entregues no ônibus). Ele fica bem em frente a uma estação de trem (Gare Montparnasse), o que torna muito fácil pegar metrô e ônibus para várias partes da cidade. O quarto era bastante bom e confortável, mas eu achei o hotel meio simplezinho demais para a quantidade de estrelas que nos disseram que tinha... (inclusive, o meu guia não cita este hotel). Os preços listados na entrada eram de 1350 francos por noite nos quartos mais simples (uns 270 reais). E da janela do quarto havia uma vista linda e completamente desimpedida para... coisa nenhuma. Quer dizer, tinha uma cidade toda ali, mas nada "conhecido"; a janela dava para o sul, e o "centro" da cidade estava ao norte, logo poderia até ser São Paulo, pelo que se via.

Diferentemente do que a Regina Casé disse na TV, o chuveiro do hotel era preso na parede e não exigia maiores malabarismos para ser usado. Havia na parede do box um adesivo dizendo "2 min.", mas com um desenho de uma banheira cheia embaixo; assumi que isto quisesse dizer que a banheira enchia em 2 minutos, e não que houvesse algum limite de tempo ali... (se houve dizer cada coisa dos franceses que não sei, não)

Depois de descansar um pouco e abrir as malas, resolvi sair para caminhar um pouco ao acaso nas redondezas do hotel. Logo ao dobrar a esquina, me vejo de frente para a Torre Eiffel (mas ela estava um pouco longe). Na área central de Paris quase todos os prédios, mesmo os mais novos, são baixos. Existem basicamente três estruturas altas: a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, e a Tour Montparnasse, que é um prédio moderno de uns 55 andares que se sobressai no meio da paisagem como um jogador de basquete no meio de pigmeus. Existe um bairro, La Defense, que é a área "moderna" da cidade e onde há vários prédios grandes e novos, mas esta torre está bem longe de lá (e bem perto do nosso hotel) [para quem viu aquele filme recente com o Robert de Niro e terroristas irlandeses, é neste bairro que acaba a cena enorme de perseguição de carros]. Além disto, a cidade é basicamente plana. O que isto quer dizer é que a Torre Eiffel e a Tour Montparnasse são facilmente visíveis de muito, muito longe; o Arco do Triunfo não é tão alto assim, então fica mais escondido.

Não sei se acontece com todo mundo, mas eu me sinto estranho quando estou vendo "de verdade" alguma coisa que é muito conhecida, mas só por fotos ou TV. Me senti assim quando estive em Brasília vendo o Congresso, no Rio com o Pão de Açúcar, em New York com a Estátua da Liberdade e agora em Paris com a Torre Eiffel. Isto passa depois de um certo tempo, mas ainda assim é estranho...

Seguindo caminhando na direção aproximada da Torre, notei que realmente o comportamento dos motoristas em faixas de segurança sem semáforo é meio indefinido; uns poucos páram para pedestres, a maioria ignora. E em semáforos, nos primeiros segundos de sinal vermelho é muito alta a chance de que os carros continuem passando normalmente (não é só no Brasil). Além disto há muitas ruas de mão dupla meio traiçoeiras, que a primeira vista parecem que são mão única (também parece que não cabem dois carros ali, mas os franceses tem uns carros pequenininhos que passem em qualquer lugar). Mas sobrevivi sem um arranhão e sem maiores sustos :-)

Fora isto, é incrível o número de prédios antigos por lá. A cidade é, em média, bastante antiga, e não é incomum encontrar prédios muito bonitos e muito antigos que não são nada de "importante"; as vezes tem até gente morando ali. E, apesar do frio, tinha muita gente na rua, e muita gente com nenês. Quem levava nenês em carrinhos parecia que estava empurrando uma cápsula espacial, a maior parte dos carrinhos eram totalmente fechados com uma cobertura plástica ("a criança da bolha de plástico"). Outros adotavam o modelo "canguru", com aquelas "mochilas" para se levar nenês junto ao corpo colocadas completamente dentro do sobretudo, ficava aparecendo só a cabeça no nenê (que, como estava de touca, manta e tapa-orelhas, ficava só com os olhos e o nariz para fora). E as crianças pequenas que já andavam pareciam umas bolas de poliéster e lã com pernas e luvas... Curiosamente, não vi nenhum cachorro agasalhado, apesar de ter visto vários passeando com os donos. Outra lembrança de que era inverno eram os inúmeros cafés de Paris, em que não havia ninguém nas mesas externas. Mas os lugares preferidos eram os encostados na janela, de forma a dar a impressão de estar na rua sem passar frio.

Continuando a caminhada, cheguei nas redondezas do "Dome" do "Hôtel des Invalides", que é o hospital (e não hotel) que foi construído por Napoleão para abrigar os veteranos de guerra incapacitados, e que ainda hoje tem alguns veteranos da Segunda Guerra. É uma cúpula dourada enorme, muito bonita, também visível de muito longe, e que também abriga hoje em dia o Museu do Exército e o túmulo de Napoleão Bonaparte. Um pouco mais adiante cheguei na frente da Escola Militar que fica perto do Champ de Mars, que é o parque que fica atrás da Torre Eiffel. A este ponto eu estava começando decididamente a ficar com frio, e estava começando a anoitecer, então decidi voltar para o hotel, o que fiz caminhando de volta pelo mesmo caminho.

Chegando lá, fiz uma pequena pausa para garantir que as minhas orelhas ainda estavam no lugar certo (porque eu tinha parado de sentir elas ali a mais de meia hora...), coloquei um casaco mais pesado e luvas, e saí para jantar. Também descobri que estava frio demais para o meu relógio: os ponteiros simplesmente pararam, a parte digital continou trabalhando. Uma vez reaquecido ele voltou a andar. [ele nunca se recuperou disto; até hoje, um ano depois, ele pára de andar se fica mais do que algumas horas fora do meu pulso]

Comi num restaurante francês :-) próximo ao hotel, chamado "Le France" (o que em qualquer lugar do mundo seria um nome genérico demais para um restaurante francês, mas ali...). Não era nada muito luxuoso, acho que era o que se poderia chamar de "honesto". O garçon entendia um pouco de inglês (a contra gosto, me pareceu), para minha sorte, então consegui me sair mais ou menos bem; e o pouco que se entende naturalmente de francês ao saber português foi o suficiente para evitar fazer como duas americanas que estavam no mesmo restaurante e pediram um menu em inglês... Pedi um lombo de porco ao molho de quelquechose, que vinha acompanhado de batatas fritas (não era este o nome do molho, claro, mas eu juro que não lembro qual era). Foi estranho que logo após anotar o pedido ele trouxe uma cestinha com pão (francês :-), e eu fiquei esperando que viesse algo para se passar no pão. Não veio. Um pouco depois veio o prato, que era um pouco menor que eu esperava, e as fritas, acompanhadas de uma colher. Até agora não sei o que eu devia ter feito com aquela colher. Em todo caso, o prato estava ótimo. A sobremesa foi um mousse de chocolate que era muito *maior* do que eu esperava. Acho que o mousse foi muito mais nutritivo do que o jantar inteiro...

Foi um dia de primeiras impressões, então tem muito o que falar... por exemplo, ao contrário do que diz aquela propaganda da Rider, Paris tem loiras *e* morenas, e mais morenas que loiras. Certo, não são tão morenas quanto as brasileiras, a pele é sempre clara ("as morenas que aqui passeiam / não são morenas como as de lá..."), mas loiras elas também não são. E as mulheres realmente "parecem" francesas: a francesa média tem mais ou menos 1,75m, pele clara, olhos claros, cabelos escuros, lisos e no máximo até a altura dos ombros, é bonita e usa óculos redondos com aro de metal (este último é exagero, o resto é sério). Correndo o risco de ser atirado numa fogueira, eu ousaria dizer (depois de uma semana lá) que a mulher francesa, *em média*, é mais bonita do que a brasileira. Lógico que isto é uma questão (a) do meu gosto particular, e (b) do fato de ser inverno e se ver no máximo o rosto delas. Ainda assim... [uma amiga minha comentou que esta impressão ia sumir se eu visse elas sem roupa, provavelmente aludindo à falta de depilação; infelizmente, não posso comentar sobre o assunto...]

Também tem muitos cachorros nesta cidade, o que realmente faz com que se tenha que andar na rua olhando para baixo (se é que me entendem...). Por exemplo, no restaurante tinha um senhor com um pastor alemão, e no meu andar no hotel algum dos quartos tinha um cachorro. Na maior parte dos lugares é permitido entrar com cachorros. Por outro lado, não vi um único gato na viagem inteira.

Voltando ao assunto trânsito, é interessante a preponderância dos carros europeus, especialmente Peugeot e Renault. Os carros que para nós são GM (Corsa, Vectra etc.) na França são Opel; os VW são quase todos Golf, os Fiat são quase todos Uno e "Cinquecento", um 147 melhorado. Existem poucos Ford, e destes muitos são Ka e Escort. E carros asiáticos virtualmente não existem. Ah, claro, existem muitos, muitos BMWs e Mercedes, e algumas Ferraris ocasionais; não vi Porsches. Os táxis tendem a ser Mercedes.

Dinheiro: notas muito bonitas e coloridas, com artistas. A de 100 francos nova tem Paul Cezanne, a de 50 tem Antoine de Saint-Exupèri (é assim que se escreve?). E a de 100 francos antiga não cabe na carteira, é muito grande; precisei dobrar em quatro... Um franco vale mais ou menos R$ 0,20 (ou seja, 5 francos por real). Valores abaixo de 20 francos só em moedas, o que quer dizer que se usa moedas mais ainda que nos EUA, mas as moedas mais baixas valem muito pouco.

Mas continuando, saí do restaurante, passei numa banca de revistas e comprei uma revista francesa para dar uma olhada (consegui fazer uma transação comercial inteira sem entender mais do que um "bon soir" e sem dizer uma palavra em inglês) e voltei para o hotel. Assisti TV um pouquinho e depois fui dormir para me recuperar da longa viagem e estar pronto para o dia seguinte.

Sobre a TV: um dos botões no controle remoto dizia "text", e para minha surpresa era um serviço de vídeo-texto que acompanha alguns dos canais. Por exemplo, a MTV (inglesa) tem uma série de informações sobre artistas e músicas, a LCI (francesa) tem dados financeiros etc. Funciona mais ou menos como um browser com páginas numeradas, inclusive se precisa esperar que as páginas carreguem na TV. Não gastei muito tempo olhando isto... Sobre os canais de TV, tem vários em francês (surpresa, surpresa...), a onipresente CNN, a já citada MTV inglesa, a Cartoon Network inglesa, um canal em alemão, um em espanhol, um (acho) em turco e a NHK japonesa, além de alguns canais de notícias em inglês.

Fato inusitado do dia: quando eu estava caminhando na direção da Torre Eiffel, ao cruzar uma rua passou por mim um guri com uns 14, 15 anos correndo com uma mão dentro do casaco. Ao passar por mim ele tirou a mão, que segurava uma arma, apontou para um grupo de umas quatro crianças da mesma idade (guris e gurias) do outro lado da rua e atirou... algo. Acho que era uma daquelas armas que atiram umas bolinhas de plástico. As outras crianças também tinham armas iguais e responderam ao fogo depois de se protegerem. Acho que era um "paintball" improvisado sem tinta, mas à primeira vista assustou...

E para um primeiro dia acho que é só... na seqüência, o primeiro dia de exploração "real" da cidade.

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